Audaciosamente indo onde nenhum nerd jamais esteve!
O designer de software Robert Daly está promulgando suas fantasias inspiradas na TV em um imersivo jogo de Realidade Virtual povoado com "clones digitais" de seus colegas, com quem ele pode brincar e torcer sem consequências.
Pela primeira vez na história ser um geek rico pode não ser tão legal assim, um reflexo nítido ao comportamento machista utilizado por muitos daqueles que sofrem com algum tipo de abuso, o caso de daley não é diferente, uma frase que se encaixa bem nesse episódio é “de poder ao homem e saberá do que ele é capaz” daley não tem todo esse poder na vida real ,reclusado dentro de problemas sociais e psicológicos ele se reprime, porém ele tem acesso a um tipo de poder virtual na qual usa e abusa para fazer suas vontades que um dia tanto desejou ser real.
Já no começo do episódio podemos ver a reação que todos esses problemas da vida real trazem, a primeira analise se enquadra dentro do comportamento masculino no ambiente de trabalho, logo podemos ver uma introdução de machismo no comportamento de daley dentro da simulação, não só o comportamento é ressaltado, más também a relação com a objetificação feminina.
O daley aparentemente sofre do complexo de deus, é um comportamento social cujas características são o excesso de arrogância, superioridade e apatia dos indivíduos do seu círculo social, esse ponto é claramente um reflexo ao comportamento de alguns trekker dentro das comunidades ,isso ressalta a ideia de como estamos nos comportando, essas comunidades e eventos geralmente são frequentadas por pessoas mais velhas que deveria apresentar um mundo novo para quem quer começar a frequentar, porém não é isso que acontece, muito pelo contrário, muitos membros utilizam da sua experiência e bagagem cultural para reprimir novos membros.
Um ponto interessante além do abuso de poder e relacionamento abusivo, foi terem colocado o racismo camuflado, pequenas atitudes do dia a dia que transmitem isso, como na cena em que dalley pede café para o parker (um dos membros de seu trabalho) na vida real ,ele pede educadamente ,já quando eles estão dentro da simulação e ele chama o timoneiro parker ele já faz voz de comando abusivo e agressivo, um comportamento que se possível para ele seria real.
A tecnologia inserida nesse episódio nos faz pensar até onde chega nossos limites comportamentais quando se é permitido fazer de tudo, quando uma a clonagem cibernética nós permite ser integro com as ditas morais da sociedade, seria tudo isso um disfarce e o fingimento do bom convívio? Tomas hobbes estava certo em dizer que os homens são egoístas e que o mundo não satisfaz todas as suas necessidades?
A relação dos bons costumes está na gente ou ela foi ensinada de que somos obrigados a fazer isso. No fundo tudo se trata de engenharia social e quem faz melhor isso.
A relação com a globalização tecnológica traz cargo de estabelecer crimes cibernéticos, más quando se trata de usar a imagem de outro, com clonagens & simulações virtuais, estamos preparados para lidar com essa ideia complexa de o outro ter poder sobre sua imagem? Outra ideia a se propor é quando lidamos com realidade virtual que consegue ampliar a linha de liberdade, automaticamente lidamos com limbo existencial da criação e invasão de privacidade.
Um ponto bem chamativo em u.s.s callister foi a crise de identidade, egocentrismo e a tirania que frequentemente estão relacionados em pequenas doses nas pessoas de grande poder.
-Você viu as referências nesse episódio?
Não estou falando das referências obvias de objetos, pôster e até mesmo ele dizer que todos episódios de frota espacial estão disponíveis na netflix . As referências citadas como a bebida servida para tripulação ser vodka, essa bebida foi marcante para star trek devido a um deslize de informação que acabou pegando com tempo, ou o comportamento do capitão ser exatamente como de willian shartner não chega nem perto da outra referência maravilhosa, que foi do número 402 na porta do quarto de daley que da referência do episódio 402. Business as usual / negócios são negócios. a moral de história desse episódio é Você pode governar pelo medo, ou você pode governar por uma raiva.E também o uso da palavra deus, aparentemente u.s.s callister não vê problema algum em dizer a palavra deus, más a questão dessa palavra ser privada na série original foi que parte dessa literatura consiste em criar uma distopia onde não há absolutamente nenhuma influência ou menção a religiões e afins.
E para concluir podemos perceber que uss callister é uma metáfora de saudosismo a cultura Nerd ou cultura pop atual, O roteiro também espetou como o escapismo em comunidades extremamente populares de que tudo realmente tem um lado sombrio: as fantasias podem criar comportamentos patológicos e psicóticos. De qualquer forma, "USS Callister", definitivamente não é uma paródia Star Trek. É mais como um aviso severo para os adeptos mais velhos da comunidade nerd, não levar seu entusiasmo muito longe.
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